
Em 114 anos de história no Brasil, muitas mulheres se destacaram na Assembleia de Deus.
As primeiras mulheres das Assembleias de Deus no Brasil incluíram figuras pioneiras como a missionária sueca Frida Vingren, esposa de Gunnar Vingren, fundamental na liderança, ensino e trabalho social; a irmã Emília Costa, a primeira diaconisa consagrada em 1926; e Sara Berg, que atuou como esposa e ajudadora essencial na organização da obra, destacando-se pela dedicação e pelo suporte às famílias missionárias. Elas foram cruciais na disseminação do evangelho, abrindo frentes de trabalho, liderando grupos e servindo como alicerce do ministério feminino, embora enfrentassem resistências e restrições na época.
Muitas outras mulheres foram impactadas e se tornaram referência dentro e também fora da igreja. Em destaque de hoje, no quadro Mulheres Brilhantes: Raquel Rocha.
Mulheres Brilhantes | Entrevista Especial
“Da adolescente tímida à voz que inspira milhares: a trajetória de Raquel Rocha”**
Por Redação – Especial para o quadro Mulheres Brilhantes
A comunicação tem o poder de transformar destinos , e poucas histórias ilustram isso tão bem quanto a de Raquel Rocha, jornalista, especialista em habilidades de comunicação e psicanalista clínica. Após quase duas décadas diante das câmeras, vivendo os bastidores da notícia e sendo reconhecida por sua competência e credibilidade, Raquel hoje usa sua voz para algo ainda maior: ajudar mulheres a reencontrarem sua identidade, autoestima e força interior.
Nesta entrevista exclusiva, ela revisita o início da carreira, os grandes desafios, as conquistas e o que a move atualmente.

“Sempre fui tímida. A escrita foi a primeira porta pela qual eu me permiti existir.”
Mulheres Brilhantes — Raquel, quando você percebeu que a comunicação faria parte da sua vida?
Raquel Rocha — Eu era uma adolescente muito tímida. A escrita foi meu primeiro refúgio e, sem eu saber, meu primeiro palco. Lembro que, no segundo grau, escrevi um texto para a escola — e ele acabou virando parte de uma peça de teatro. Aquilo mudou tudo. Senti, pela primeira vez, que minha voz tinha impacto, mesmo quando não estava sendo dita em voz alta.
“Morar sozinha no interior para ser repórter foi meu primeiro salto de coragem.”
MB — E quando o jornalismo passou de sonho para realidade?
Raquel — Meu começo não foi glamouroso. Morar sozinha no interior do estado para trabalhar como repórter foi desafiador, mas foi ali que aprendi a essência da profissão: ouvir, observar, entender o tempo do outro.
Depois, veio o chamado para a capital — um momento decisivo. Passei por todas as etapas: repórter local, repórter em rede nacional, repórter especial com passagem pela sede em São Paulo… Cada fase exigiu uma versão mais preparada de mim.

“Apresentar um dos maiores telejornais de Minas foi uma das maiores honras da minha vida.”
MB — Você viveu momentos marcantes na TV, especialmente durante a pandemia. Como foi essa experiência?
Raquel — A pandemia foi um divisor de águas para todos nós. Fui chamada para apresentar um dos maiores telejornais de Minas Gerais, substituindo o Eduardo Costa — um ícone da comunicação.
Criamos juntos uma dobradinha que inovou o formato. O público reagiu de forma linda; chegavam muitos elogios nas redes sociais da emissora, que cresciam rapidamente naquela época. Eu sentia que estávamos oferecendo não apenas informação, mas acolhimento.
“A comunicação sempre foi o centro, mas um dia percebi que faltava olhar para dentro.”
MB — Em que momento a psicanálise entrou nesse caminho?
Raquel — Depois de quase vinte anos de jornalismo, comecei a estudar comunicação assertiva mais profundamente. Isso me levou à psicanálise — e foi como uma chave que destravou perguntas que eu carregava há anos.
Decidi me formar no maior instituto cristão do Brasil e, desde então, meu trabalho ganhou uma nova camada: a da escuta, da profundidade, da cura emocional através da palavra.

“Hoje, minhas redes são uma extensão da minha missão: comunicar para transformar.”
MB — Sua presença digital cresceu muito. Como você enxerga essa fase?
Raquel — Hoje, meus seguidores me acompanham de forma muito próxima. Falo sobre psicanálise, fé e comunicação assertiva com verdade e leveza. As redes sociais, para mim, são o lugar onde o jornalismo encontra a alma humana.
Continuo comunicadora — só mudei o palco. Agora posso estar ainda mais perto das pessoas, especialmente das mulheres que buscam reencontrar sua identidade e sua força.
“Se eu pudesse resumir minha trajetória em uma frase, seria: coragem para se reinventar.”
MB — O que você acredita que define sua trajetória até aqui?
Raquel — Coragem.
Coragem para começar tímida.
Coragem para falar diante de milhões.
Coragem para mudar de país.
Coragem para estudar tudo de novo.
Coragem para ser quem eu realmente sou.

A comunicação sempre esteve comigo — primeiro como refúgio, depois como profissão, agora como missão1
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