Frei Chico não é investigado; ação cumpre 66 mandados em sete Estados e no DF

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (9) mais uma fase da Operação Sem Desconto, que investiga fraudes em descontos indevidos em benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Entre os alvos da operação está a sede do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), em São Paulo.

O vice-presidente do sindicato é José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo a PF, Frei Chico não é alvo das investigações.

A operação cumpre 66 mandados de busca e apreensão em sete Estados e no Distrito Federal: São Paulo, Sergipe, Amazonas, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Pernambuco, Bahia e DF. As ações foram autorizadas pelo ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF). A defesa do Sindnapi informou que ainda não teve acesso ao inquérito nem à decisão judicial.

Fraudes, falsidade ideológica e ocultação patrimonial estão na mira

De acordo com a Polícia Federal, o objetivo é aprofundar as investigações sobre crimes como formação de organização criminosa, inserção de dados falsos em sistemas oficiais e ocultação de patrimônio. A Advocacia-Geral da União (AGU) atua paralelamente e já pediu o bloqueio de R$ 2,5 bilhões em bens e recursos de entidades envolvidas.

Embora o Sindnapi esteja entre os investigados, a AGU não incluiu o sindicato no “núcleo do esquema” fraudulento que motivou a ação judicial. A lista das principais entidades suspeitas reúne 12 nomes, dos quais o Sindnapi ficou de fora.

Sindicato nega irregularidades e diz estar tranquilo

Em nota, a direção do Sindnapi declarou “repúdio e indignação” diante das suspeitas e afirmou que a entidade está colaborando com as investigações. O porta-voz do sindicato, Marco Piva, afirmou que a organização está “muito tranquila em relação a esse processo” e destacou os “25 anos de serviços prestados a aposentados e pensionistas”.

O presidente do sindicato, Milton Baptista, foi convocado a prestar depoimento nesta quinta-feira na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes no INSS. Ele, no entanto, obteve habeas corpus concedido pelo ministro Flávio Dino, do STF, o que lhe garante o direito de permanecer em silêncio e de não ser preso durante a oitiva.

Frei Chico só será investigado se houver indícios, diz senador

O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), afirmou que Frei Chico não é alvo das apurações e só será incluído no inquérito caso surjam indícios de envolvimento, o que não ocorreu até o momento. O parlamentar também adiantou que novas operações da PF estão previstas, conforme o avanço das investigações.

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